14 julho 2008

Vias alternadas

Ontem eram poeiras soltas. Hoje rastilho seco. Depois do improviso, apenas resta a inércia do suão.

08 abril 2008

Esta toca-me em especial


A fábrica de componentes automóveis Delphi, uma multinacional americana, vai fechar em Ponte de Sor, deixando no desemprego mais de 400 (quatrocentos) trabalhadores, quase todos a rondar os cinquenta anos. Esta fábrica é o maior empregador privado do distrito de Portalegre e está no concelho há mais de 25 anos. Trabalham lá muitos naturais da cidade mas também uma grande parcela é de outras cidades e vilas do distrito, bem como das Beiras e do Alentejo.

Eu na minha juventude ainda preenchi a ficha de candidatura para admissão. Depois fui para a tropa e nunca fui chamado a testes. Mas tenho lá 3 primos meus a trabalhar, todos com mais de 50 anos.... A vida vai estar difícil para todos. Mas a mim preocupa-me a maneira como vão, os que têm filhos na universidade, conseguir manter a sua vida. A idade já se sabe como é contabilizada, ainda por cima num concelho do interior, rural e sem grandes saídas. O subsídio de desemprego não vai chegar para tudo e ao fim do prazo estabelecido por lei, ainda é cedo para a pré-reforma, quanto mais para a reforma. A nível de despesas com alimentação ainda se consegue equilibrar o orçamento com o que se consegue cultivar na horta. O resto vai andar à mingua. É a triste realidade da globalização desenfreada e do lucro fácil, com as pessoas a sofrer na pele a estatística real da oferta/procura.

03 março 2008

Passagem para o incerto

Sábado, 1 de Março marçagão, já que a manhã foi de nevoeiro.... esgotante.




















O Sol na beira do rio.






















Uma oliveira com lifting.


E, para acabar, o dourado precoce de final de Inverno,

onde só as vacas de lingua comprida tentam encher a barriga.








29 fevereiro 2008

Osciloscópio

Vai acima, lentamente
Lá fica, pouco tempo
Vai abaixo, rapidamente
Com o mais leve sopro de vento
Qualquer emoção sobe nas veias
Traz tudo e não traz nada
Uma onda de maré cheia
Molha os pés por quase nada.

Esvanece-se como nevoeiro matinal
Deixa a luz ser sempre igual.

28 fevereiro 2008

Sentado à beira do caminho

Numa viagem pelo fugaz infinito, colocando balizas para reconhecer o caminho de volta, encontro uma inesquecível ilusão de coisas criadas com paixão.
Mas são apenas sombras. Deixadas pela passagem do tempo ingrato, que apenas passa, não se aquieta. Corro atrás, grito baixinho. Mas ele é surdo, mudo, imutável e pesado. Eu sou apenas erva daninha sem jardim para infestar.
Sento-me. No alto da paisagem plana. E o céu azul diz-me que é hora de partir. Mas eu fico. A noite quer aniquilar a luz. Mas as estrelas e o quarto-minguante derrubam a estratégia pobre.
Respiro fundo. E o sangue agradece a amizade.

24 fevereiro 2008

Viagens de alma

De onde tirei esta paz
Que ao cair da noite serena
Viaja no banco de trás
Guardando minha alma pequena.

Tenho ainda a casa desarrumada
Aos suspiros e soluços
Mas não a quero cismada
Nem limpa pelos abraços

Um só dia de ambição
Não rende uma fraqueza
Nem faz crescer a paixão
De ver tamanha beleza.

19 fevereiro 2008

Nebulosas não.




Um dia virá em que o Sol e a Lua se juntem para saborearem os cometas. Nebulosas não.

E aí o céu será arco-íris e paixão.

Nebulosas não.

Everybody knows that i don't wanna go.

No close up.

13 fevereiro 2008

Melancolia Alentejana






Profundidade absolutamente superficial.
Nunca terei que fazer algo para desfazer o mal feito. Apenas viver com isso.
Deixei-te aí. E fiquei prostrado na noite. Sem sono. Sem sonhos.

11 janeiro 2008

1ª do ano






Só fotos de Ano Novo



É só um efeito especial....




Não é abstracto. É cura para a noitada....... Mas ainda é só a primeira.




Ahhhhh... é mesmo vertigem....
Mas passará.