20 fevereiro 2014

Ausência


Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente

Sophia de Mello Breyner Andresen
Livro Sexto

17 fevereiro 2014

Relay

Nova expectativa.

Podar para renovar e ter alma de primeira vez!
E voar nas asas dos morcegos...

16 fevereiro 2014

Já houve outros dias de sol

e de sal
de tempo breve
onde o sonho é sempre igual
numa realidade leve
mais que aquilo que vês
sem contar até 3
nem ser isco no anzol