23 março 2006
Brasão
Em seu castelo de água, com gestos de barão sem feudo, vigiando os abutres, estava o pescador de sonhos, vendo a vida passar e navegando no seu barco apodrecido pelas algas recolhidas desde que chegou às planicies sem fim.
O rio calmo abre caminho pela areia dourada, arrastando as palavras sem sentido, no seu espelho passam as horas da sesta e da paixão.
A ponte onde se cruzam trabalhos sem fim, abranda o curso alegre nascido na nascente das entranhas estranhas da colina longíqua, ganhando novas ondas de emoção até se juntar ao irmão do sul, ganhando força de afluência e perdendo a sua raiz de pureza da criação.
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