17 março 2006
Paz de espírito!
Final de Agosto! Final do dia!... Cheira a pasto ressequido pelo calor que tentou todo o dia incendiar o chão... A terra aspira por água e pela frecura que a lua trará....
Apesar do ar sufocante, o meu espírito sente-se em paz!
Só no Cansado me sinto assim... É a paz que o sossego e a distância da civilização permitem.É a paz das coisas simples. É a paz pelo tamanho do céu, pelo pó dos caminhos, pelo coaxar das rãs, pelo sombreado dos bandos de aves...enfim, uma paz só perturbada pelo rodar dos motores que passam de vez em quando na estrada, na pressa do progresso e da afirmação pessoal... mas os olhos podem sempre procurar sossego nos recortes do horizonte, antes que a paisagem seja moldada pelo perfeccionismo egoísta do homem...
Será sempre o meu Cansado, o das férias, o do cheiro do pão, do chapinhar nas poças... o das primaveras indescritíveis, onde o verde a frescura e gargalhada dos jogos da apanhada aconchegam as minhas lembranças de infância, os sons e cheiros que a minha infância guardou e que eu vou sempre buscar quando preciso de.... paz de espírito!
Cansado lhe chamam... mas esse lugar é fonte de energia, de paz e de sorrisos... é banal mas as palavras não conseguem compor o seu retrato.É o retrato que todos os que já lá estiveram por uma semana terão num cantinho do seu album de recordações.
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